São 9h30 da manhã e preparo-me para ver a edição em DVD dos Indiana Jones. É nesta base de ansiedade que terei que pedir desculpa ao Pedro por não responder (para já) com um texto mais substancial sobre aquilo que ele escreveu no «Pipoca Rasca!» relativamente ao meu texto de Michael Moore. Na verdade, eu acho muito preocupante o uso de armas nos EUA. Acho que é um tema que deve ser pensado e debatido, mas sempre numa base de seriedade e compromisso com a verdade e não na procura do espalhafato mentiroso e demagógico que o Sr. Moore procurou. É muito difícil perceber e pensar sobre um povo que vive em constantes convulsões, até mesmo internas. É necessário pensar que os EUA são um povo que, relativamente à Europa por exemplo, é praticamente um recém-nascido. Mais ainda, é um país que mistura habitantes de todo o planeta que terão que aprender a conviver e a socializarem-se. É, no fundo, uma questão histórica. Uma questão que para a Europa já fará parte de uma espécie de herança cultural e que, num país como os EUA, será uma das suas muitas implosões históricas. Mas será que ainda há alguém que pense que a Guerra Civil foi o fim das convulsões interiores da América? Eu espero ansiosamente por «Elephant» para me apresentar o tema com a seriedade que merece e não com a necessidade egocêntrica de alguém como Michael Moore que parece querer apenas chamar a atenção. Ou talvez ele acredite mesmo no que diz e faz. Eu sei que o assunto de armas nos EUA é preocupante. Não preciso que Michael Moore faça uma montagem de entrevistas a mostrar-me isso e muito menos que me tente induzir numa linha de raciocínio que se aproxima à dele, preferindo ignorar outras dimensões determinantes dessa realidade.

Um abraço Pedro,

Tiago Pimentel