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Um site para pensar sobre tudo e chegarmos sempre a um singular pensamento final: sabermos que nada sabemos.
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Tiago Pimentel
Críticas dos leitores para: tiago_pimentel@hotmail.com

quinta-feira, maio 25, 2006



O Codigo Da Vinci, de Ron Howard

Classificação:

Penoso e embaraçoso exercício (?) de suspense (??) esta adaptação do best-seller de Dan Brown, sobre uma dupla envolvida na investigação de uma morte no Louvre que, rapidamente, se converte numa catadupa de revelações apocalípticas e verbosas que ocupam demasiado espaço narrativo, tornando os protagonistas em meros fantoches telecomandados cuja função é lerem e descobrirem pistas. Ron Howard optou por ignorar qualquer componente romântica ou dramática ligada aos seus personagens, centrando-se no lado mais reaccionário do livro, sem qualquer sentido de construção de suspense, de tensão ou tão pouco de simples subtileza narrativa, utilizando como trunfo meia-dúzia de insinuações curiosas berradas com tão pomposa veleidade que tudo o resto desaparece. Em boa verdade, o resto nunca existiu e seria aí, nesse resto, que o cinema esperava existir.

Tiago Pimentel

terça-feira, maio 09, 2006



«Missão: Impossível 3», de J. J. Abrams

Classificação:

Um objecto sólido e eficaz nas suas ambições que sustenta uma ruptura desconcertante com os códigos televisivos e cinematográficos, como se fosse possível caminhar nas duas paisagens, mantendo os seus códigos intactos. J. J. Abrams, importado do dispositivo televisivo (Perdidos, A Vingadora), cede à sobre-fragmentação da montagem que tem definido uma certa cultura cinéfila sem disponibilidade para aceitar a duração das imagens, embora o faça sem perder as coordenadas do espaço e décalage em que as imagens acontecem. Já pouco resta das ambiências de espionagem que distinguiram as séries originais: o universo reconverteu-se numa epopeia bélica onde, de repente, o impossível da missão está na manutenção de um casamento e menos no aprisionamento de um vilão. E quem melhor que Tom Cruise para nos instalar essa insegurança?

Tiago Pimentel

quinta-feira, maio 04, 2006

O outro lado do arco-íris

Há qualquer coisa de irremediavelmente trágico na voz e no olhar de Audrey Hepburn que, por desconcertante paradoxo, nos faz sentir felizes na nossa infinita pequenez. Dito de outro modo: encontramos na sua errância um cantinho para deixarmos as nossas tristezas e, no limite, a nossa orfandade. E assistirmos à sua reconciliação na descoberta de um caminho significa, também, percebermos que esse caminho sempre existiu. E nem interessa saber se é o correcto ou não: o filme dispensa os imperativos de uma moral booleana. No final, os protagonistas de «Breakfast at Tiffanys» continuam à procura do outro lado do arco-íris. A grande diferença é que, antes de se conhecerem, faziam-no sozinhos.

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Para reflexão aqui ficam as palavras cantadas por Audrey Hepburn, numa das grandes cenas do filme:

Moon river, wider than a mile
I’m crossing you in style some day
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you’re goin’, I’m goin’ your way

Two drifters, off to see the world
There’s such a lot of world to see
We’re after the same rainbow’s end, waitin’ ’round the bend
My huckleberry friend, moon river, and me

Tiago Pimentel

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