<$BlogRSDUrl$>

Um site para pensar sobre tudo e chegarmos sempre a um singular pensamento final: sabermos que nada sabemos.
_____________________________

Tiago Pimentel
Críticas dos leitores para: tiago_pimentel@hotmail.com

segunda-feira, outubro 11, 2010


«A Origem»

Class.: 4


Depois dos anacronismos narrativos de «Memento» e do sonambulismo hipnotizante de «Insónia», Christopher Nolan foi resgatado para o universo dos grandes blockbusters, concretamente para a renovação do imaginário cinematográfico de Batman, originalmente efabulado por Tim Burton. O seu recente «A Origem» parece ter o mérito de devolver ao realizador a sua capacidade de organização cénica e de «mise-en-scéne», compondo e pensando cada plano com a visão de um verdadeiro cineasta, por oposição à lógica trapalhona da acção de «Batman - O Início» e «O Cavaleiro das Trevas», filmes onde a marca autoral do realizador parecia ter sido consumida pela enorme estrutura de Hollywood e da DC Comics.

«A Origem»
propõe ser possível invadirmos os sonhos alheios, através de um grupo de profissionais com papéis muito específicos, desde o herói de acção (DiCaprio) que engana o sonhador no seu próprio sonho, até ao Arquitecto (Ellen Page) que se encarrega de reconstruir a realidade dentro do sonho. Numa altura em que a indústria repensa o futuro do cinema numa perspectiva exclusivamente tecnológica para lutar contra a pirataria (seja na difusão do cinema 3D, ou no exagero crónico do efeito especial), Christopher Nolan regressa ao minimalismo artístico dos efeitos especiais, recusando a mediocridade da estrutura de jogo de computador. O filme integra espantosas dinâmicas visuais, onde cada imagem não se limita a exibir proezas tecnológicas, conquistando uma supreendente espessura visual e humana. Existe, no entanto, alguma persistência nas sequências mirabolantes de acção, aumentando drasticamente a duração do filme, tornando-o, a espaços, redundante.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?