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Tiago Pimentel
Críticas dos leitores para: tiago_pimentel@hotmail.com

domingo, outubro 26, 2003



Lt. Dan: Have you found Jesus yet?
Forrest: I didn't know I was supposed to be looking for him, sir.



Ontem passou na SIC, ao fim da tarde, um filme que eu já não via há uns 5 ou 6 anos e que foi uma experiência revigorante redescobri-lo. Falo de «Forrest Gump». Tom Hanks é, de facto, um dos mais geniais actores - e adicionar o «sufixo» contemporâneos seria completamente redutor - da História do cinema. Trata-se de um actor onde habita uma dimensão da mais genuína sinceridade, como se toda a verdade do mundo se decidisse no seu corpo. Nesse sentido, a sua personagem transporta uma certa verdade: a da história americana, ora escrita pelos erros mais infantis, ora promovida pelos mais belos ideais, mas sempre em constantes convulsões. É um dos mais belos filmes do mundo e, também, dos mais encantadores. Tocou o coração de muita gente e, por isso, tornou-se um objecto de olhares suspeitos por parte de alguns sacerdotes que promovem o culto elitista da Arte. Isto implica dois perigosos pensamentos: primeiro, implica que se toda a gente amasse, por exemplo, «India Song» já não seria possível essa elite gostar do filme (e eu sou o primeiro a dizer que gosto muito, mas mesmo muito); e em segundo lugar, implica que, como muita gente gostou do filme, se pense que gostaram todos da mesma forma. Está muito na moda desprezar alguns filmes com frases feitas como: "Ah, desse filme toda a gente gosta." Como se isto minorasse o valor do filme e, pior ainda, presumisse que toda a gente viu o filme da mesma forma. Será assim tão difícil perceber que um filme é feito sempre para um espectador e que, no limite, posso sentir-me mais próximo dos argumentos de alguém que não gostou de «Forrest Gump» do que de alguém que gostou?

Acima de tudo, é um filme que nos devolve um sentido muitas vezes perdido e mal-tratado em cinema: o da perspectiva. É um filme que assume uma perspectiva de início ao fim. Um filme que me voltou a destruir, por completo.


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Tiago Pimentel

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