E porque esta é uma época tão especial e, sejamos francos, exterior já a quaisquer condicionantes apenas cristãs, é quase imperativo que relembremos alguns filmes que marcaram o Natal e, já agora, também se deixaram por ele marcar. É verdade que o Natal transporta consigo uma aura mística que permite sempre divagar na ambiguidade da tristeza e da comunhão, da solidão e da família, do material e do invisível. E torna-se cada vez mais difícil contextualizar uma história ou um filme nessa época sem se transformar num lugar comum. Até porque os contadores de histórias ou os cineastas confiam que filmar os bonecos de neve ou as árvores de Natal é suficiente para se recriar o espírito. Ou seja: por infeliz equívoco, confunde-se o espírito com a matéria, erro cada vez mais recorrente e contemporâneo. Não é o caso dos filmes que relembro a seguir, onde se filmam todos os adereços como elementos que contextualizam uma data mas onde a verdadeira mística espiritual se respira no indizível, exterior aos enfeites e aos presentes.
It's a Wonderful Life (1946), de Frank Capra
- Um dos mais belos filmes de sempre. O rigor clássico e o sentimento sempre genuíno de Capra transformam este filme num dos mais poderosos contos de Natal alguma vez filmados.
Miracle on the 34th Street (1947), de George Seaton
- Um imortal clássico sobre um simpático velhote que diz ser o Pai Natal. Um filme que coloca em tribunal as mais importantes crenças e valores humanos.
All That Heaven Allows (1956), de Douglas Sirk
- Um dos mais belos melodramas de sempre e, como em toda a filmografia de Sirk, dentro da amplitude infinita do seu «scope» reprimem-se todos os sentimentos que as personagens vivem. Até mesmo o Natal.
The Apartment (1960), de Billy Wilder
- Uma história de amor que caminha para um final natalício, carregado do mais espirituoso humor e da mais comovente atmosfera romântica. Um dos melhores de Wilder, sem dúvidas.
Annie Hall (1977), de Woody Allen
- Natal, Nova Iorque e Woody Allen. Nada mais precisa ser dito. Apesar de ser um filme que não condiciona o seu contexto a uma data específica (mas passa também pelo Natal), há algo de natalício que percorre o filme inteiro.
Gremlins (1984), de Joe Dante
- Um filme de culto sobre umas pequenas criaturas que iriam aterrorizar o Natal de uma pacífica comunidade. O Natal também pode existir sob a forma de um filme de terror.
Die Hard (1988), de John McTiernan
- Um dos mais sublimes filmes de acção e suspense contemporâneos e também dos mais esquecidos quando se fazem as listas dos filmes de Natal. Yippee-ki-yay!
When Harry Met Sally (1989), de Rob Reiner
- Uma belíssima comédia romântica que, não se limitando apenas ao Natal, resgata muito do seu fulgor da reacção das personagens com a época natalícia. Um bom pretexto cinéfilo para qualquer lista em que o queiramos colocar.
Batman Returns (1992), de Tim Burton
- Um dos filmes máximos de Burton e o casamento perfeito entre o cinema de aventuras e o espírito do Natal. Sobretudo quando a questão central do vilão se reduz a algo tão decisivo quanto isto: afinal, quem sou eu e de onde venho? A procura de uma raíz familiar por parte do Pinguim não é acidental e remonta às questões mais tradicionais que definem as mais belas fábulas do cinema.
The Nightmare Before Xmas (1993), de Henry Selick (enfim, de Tim Burton)
A animação natalícia por excelência que marca o confronto entre o Halloween e o Natal. Um mundo enigmático e estimulante criado pela arte narrativa, estética e moral de Tim Burton.
'R Xmas (2001), de Abel Ferrara
- Magnífico filme sobre a coexistência da dimensão etérea do Natal na vivência urbana de Nova Iorque. Abel Ferrara é genial.
Catch Me if You Can (2002), de Steven Spielberg
- Um dos mais poderosos filmes feitos sobre a tristeza de perdermos lugares onde julgávamos pertencer e onde pensávamos poder habitar novamente. O Natal pode ser a época mais triste do mundo.
Cumprimentos e Bom Natal para todos,
Tiago Pimentel
It's a Wonderful Life (1946), de Frank Capra
- Um dos mais belos filmes de sempre. O rigor clássico e o sentimento sempre genuíno de Capra transformam este filme num dos mais poderosos contos de Natal alguma vez filmados.
Miracle on the 34th Street (1947), de George Seaton
- Um imortal clássico sobre um simpático velhote que diz ser o Pai Natal. Um filme que coloca em tribunal as mais importantes crenças e valores humanos.
All That Heaven Allows (1956), de Douglas Sirk
- Um dos mais belos melodramas de sempre e, como em toda a filmografia de Sirk, dentro da amplitude infinita do seu «scope» reprimem-se todos os sentimentos que as personagens vivem. Até mesmo o Natal.
The Apartment (1960), de Billy Wilder
- Uma história de amor que caminha para um final natalício, carregado do mais espirituoso humor e da mais comovente atmosfera romântica. Um dos melhores de Wilder, sem dúvidas.
Annie Hall (1977), de Woody Allen
- Natal, Nova Iorque e Woody Allen. Nada mais precisa ser dito. Apesar de ser um filme que não condiciona o seu contexto a uma data específica (mas passa também pelo Natal), há algo de natalício que percorre o filme inteiro.
Gremlins (1984), de Joe Dante
- Um filme de culto sobre umas pequenas criaturas que iriam aterrorizar o Natal de uma pacífica comunidade. O Natal também pode existir sob a forma de um filme de terror.
Die Hard (1988), de John McTiernan
- Um dos mais sublimes filmes de acção e suspense contemporâneos e também dos mais esquecidos quando se fazem as listas dos filmes de Natal. Yippee-ki-yay!
When Harry Met Sally (1989), de Rob Reiner
- Uma belíssima comédia romântica que, não se limitando apenas ao Natal, resgata muito do seu fulgor da reacção das personagens com a época natalícia. Um bom pretexto cinéfilo para qualquer lista em que o queiramos colocar.
Batman Returns (1992), de Tim Burton
- Um dos filmes máximos de Burton e o casamento perfeito entre o cinema de aventuras e o espírito do Natal. Sobretudo quando a questão central do vilão se reduz a algo tão decisivo quanto isto: afinal, quem sou eu e de onde venho? A procura de uma raíz familiar por parte do Pinguim não é acidental e remonta às questões mais tradicionais que definem as mais belas fábulas do cinema.
The Nightmare Before Xmas (1993), de Henry Selick (enfim, de Tim Burton)
A animação natalícia por excelência que marca o confronto entre o Halloween e o Natal. Um mundo enigmático e estimulante criado pela arte narrativa, estética e moral de Tim Burton.
'R Xmas (2001), de Abel Ferrara
- Magnífico filme sobre a coexistência da dimensão etérea do Natal na vivência urbana de Nova Iorque. Abel Ferrara é genial.
Catch Me if You Can (2002), de Steven Spielberg
- Um dos mais poderosos filmes feitos sobre a tristeza de perdermos lugares onde julgávamos pertencer e onde pensávamos poder habitar novamente. O Natal pode ser a época mais triste do mundo.
Cumprimentos e Bom Natal para todos,
Tiago Pimentel
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