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Tiago Pimentel
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quinta-feira, janeiro 01, 2004

2º revisionamento de «In America»

Continua tudo no lugar mas, talvez por sabermos o que vai acontecer, a vertigem emocional é cada vez maior. Como sabemos o que vai acontecer há mais tempo para atentarmos à tensão imprevisível dos diálogos, à métrica perfeita da montagem, aos castanhos tristes da fotografia, à existência física e espiritual das personagens não apenas como seres distintos mas também com a união intangível das suas fragilidades emocionais e desequilíbrios humanos para existirem também como família. O filme tem uma poderosa verdade: a de nos confrontar com o espelho da nossa intimidade emocional. Dentro dessa verdade, parecemos turistas das nossas próprias incertezas, a visitar os segredos do nosso espírito, a reconhecer pequenos fragmentos do nosso Ser mas incapazes de contemplar a totalidade do enigma humano. E no meio de tanto naturalismo e realismo, há uma respiração mágica que o filme destila. E os olhos das duas miúdas continuam tão genuínos e lancinantes, como pequenos focos de luz que nos iluminam os cantos mais dolorosos do coração. A ambiguidade dramática de «In America» define-se progressiva e gradualmente com o decorrer do filme: temos a sensação que estamos a ver um filme que nos fala sobre aprendermos a aceitar a morte, quando na verdade nos ensina a aceitar a vida.

Tiago Pimentel

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