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Tiago Pimentel
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sábado, janeiro 24, 2004



In The Cut

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É importante entrar para o novo filme de Jane Campion com uma disponibilidade afectiva absoluta. «In The Cut» é um filme que perverte radicalmente o modelo romântico tradicional, como o conhecemos, e instaura uma sedutora sexualidade onde já não existe espaço para o amor nem para o erotismo. Aliás, não é bem verdade, existe espaço para tudo isso, apenas não como os conhecemos. E é importante pensar assim quando entramos em «In The Cut». É um filme decisivo para nos mostrar que conhecemos muito pouco das construções cerebrais e emocionais do amor. Mais do que isso, é um filme que nos desafia a acreditar que o amor pode existir na mais impura (de um ponto de vista social, hélas) e carnal das formas: o contrato sexual. Ou ainda: um filme sobre o medo de descobrirmos todas as formas de amar, sobretudo as que mais se distanciam dos modelos convencionais do romantismo.

Aliás, é um desafio também para os seguidores habituais de Meg Ryan que se habituaram a vê-la num registo mais leviano das comédias românticas e na menina bonita da América. Meg e Ruffalo formam um par romântico assombrados por uma interrogação absolutamente insólita. A saber: como combater os instintos mais carnais que sujam a pureza do amor? Mais ainda, como evitar que eles se sobreponham às suas vontades. Jane Campion é mesmo uma apaixonada pela sensualidade, aliás, por todas as formas de sensualidade. E se Ryan e Ruffalo se despem para relembrarem o corpo do que foi o amor, Jennifer Jason Leigh e Kevin Bacon são os fundamentos simbólicos do amor que cedeu à canibalização sexual dos corpos.

Tiago Pimentel

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