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Tiago Pimentel
Críticas dos leitores para: tiago_pimentel@hotmail.com

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

A crítica dos leitores

Olá Tiago Pimentel. Queria apenas dizer que concordo praticamente com tudo o que escreveu no seu artigo sobre a música intitulado Os Deuses devem estar loucos. Eu tenho 28 anos e as minhas bandas/músicos continuam a ser os U2, Pearl Jam, Nirvana, Guns, Bowie, The Police, Bruce Springsteen, etc. Das mais recentes gosto também dos Lamb, Portishead, Tricky, Cold Play, Smashing Pumpkins, Badly Drawn Boy, The Gift, entre outros. Mas realmente é difícil encontrar aquele bichinho especial que havia nas bandas antigamente e que arrastava multidões em tours, as groupies, as band aids, etc. Tudo isso se perdeu. Por acaso nunca tinha pensado sobre isso e agora que pensei, não acho resposta. Mas concordo com a sua perspectiva sobre o aparecimento do hip hop e do adormecimento do rock poder ter algo a ver. Apesar do hip hop muitas vezes ser usado como arma para criticar, acho que não tem a força nem a união que o rock tinha nos anos 60 e 70. Hoje em dia as pessoas da minha geração preferem as bandas mais pequenas como desculpa por serem pouco comerciais. A sério que não percebo, basta serem gajos desconhecidos ou muito trip que ficam logo todos excitados. E mal falo em bandas um pouco mais comerciais e é a mesma coisa que invocar o diabo. Será que isto não prejudica também o espírito puro da música que se vivia antes e hoje é como se tivesse que ser uma coisa super privada, sem mais ninguém poder ouvir.

Rui Oliveira


Olá Rui Oliveira,

Vou pegar apenas na segunda parte do seu texto, ou seja, quando manifesta a sua indignação face ao tratamento dual que se faz hoje da música: comercial e alternativa. De facto, é verdade... e não apenas para a música. No cinema é a mesma coisa: quantas vezes estou farto de ler que Hollywood é mau e que o cinema americano só quer é dólares. Sinceramente, estes comentários valem quanto muito uns dois bocejos e pouco mais. O valor de uma música ou de uma banda/cantor nunca depende do número de pessoas que consegue cativar. Por exemplo, no texto que escrevi, deixo explícita a admiração imensa que tenho pelos U2. Assim como admiro Madonna, Radiohead, Pearl Jam, Ryan Adams, Ashfield, Interpol, Sigur Ros, Tortoise, Red House Painters, Portishead, Mercury Rev, Belle and Sebastian, entre outros. Ou seja, colocando a questão de maneira diferente: não condiciono os meus gostos pelo número de pessoas com quem os partilho. Em todo o caso, o objectivo do meu texto anterior nem era tanto apurar da qualidade da música em si; aliás, é impossível fazê-lo, em termos absolutos já que varia sempre de pessoa para pessoa. Quando qualifiquei Bono como o Papa da bíblia musical contemporânea, isto ia no sentido de ele ser o último dos herdeiros da dimensão bíblica da música. Ou seja, é dos poucos que ainda acredita que o rock pode mudar o mundo e o único, de facto, com poder para o fazer.

Cumprimentos,

Tiago Pimentel

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