Duas ou três palavras sobre o encantador Belleville Rendez-Vous, antes de abandonar a clarividência do olhar e entrar na incerteza do outro lado da consciência (modo mais elaborado de dizer que estou com sono mas apeteceu-me evidenciar esta animação francesa). Gosto das personagens, dos desenhos abstractos, porque na abstracção convive-se com a beleza do mudo (ou, por consequência, com a imposição absoluta da imagem). Porque é na sua simplicidade que convivem as mais estimulantes especificidades da arte enquanto expressão dos traços de um certo humanismo. Que humanismo é esse? Ou, colocando a questão de outra forma, que arte é essa? É a arte de reconverter as relações humanas num ritual de sons, olhares e subtilezas faciais. É o regresso às potencialidades pictóricas do cinema que desafiam a inteligência e a sensibilidade do nosso olhar.
Tiago Pimentel
Tiago Pimentel
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