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Tiago Pimentel
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quarta-feira, março 31, 2004

E o Euro?

Primeiro o Benfica e agora a selecção. O futebol português não anda mesmo nada feliz com equipas italianas. Mas as semelhanças entre os dois casos são praticamente inexistentes. Se com o Benfica foi um erro de ajuste táctico (10 minutos que custaram uma eliminatória, e tudo porque o Inter alterou a estratégia de jogo), já com a selecção a conversa é outra bem diferente. Eu percebo a insistência em manter os jogadores da velha guarda, os tais da «geração de ouro» do nosso país (Figo, Rui Costa, Fernando Couto, ...) mas começam a ser evidentes os conflitos geracionais dentro do campo. O futebol de Figo é outro completamente diferente do de Cristiano Ronaldo, por exemplo. O espírito é outro. Não quero com isto dizer que, numa selecção nacional, não possam existir jogadores de várias idades. Mas em Portugal, as diferenças não são apenas de idade ou de anos de rodagem; são, sobretudo, de filosofias de jogo. Há um Figo a passear a sua imagem pelo campo, sem a garra de outros tempos, a ver passar nas suas barbas, a uma velocidade que só o tempo pode favorecer, outros jogadores se calhar mais decisivos e num equilíbrio mais harmonioso com o resto do conjunto. Custa tomar a opção de tirar um Figo do lote de principais. E o nosso selecionador não o vai fazer, certamente. Até porque, ao tirarmos Figo, perdemos a experiência. E quem diz Figo, diz Fernando Couto por exemplo. É uma balança difícil de equilibrar. E, no entanto, as coisas continuam completamente desequilibradas em campo. Uns primeiros 20 minutos de excepção, ao melhor nível do futebol mundial. Mas e depois? Faltam soluções, falta persistência. Falta, também, um bocadinho de frieza no jogo (e a Itália é, a seguir à Alemanha, a selecção mais fria da Europa). E por fria não se entenda um sentido negativo ou de anti-jogo. É jogo, claro: o jogo de queimar a paciência ao adversário. O jogo de segurar uma equipa impaciente por oferecer golos ao seu público mas incapaz de manter uma coerência de jogo. Scolari assegura que os resultados não interessam, que estamos apenas em fase experimental. Estamos a escassos meses do Euro e começa a ser difícil acreditar numa boa prestação. Mas é bom acreditarmos também que o que se passou no relvado hoje, é improvável voltar a acontecer durante o campeonato. Se tivermos que perder, que percamos tudo agora...

Tiago Pimentel

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