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Tiago Pimentel
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sexta-feira, abril 09, 2004



«Shattered Glass», de Billy Ray

Uma pequeno tesouro que vale a pena descobrir. Seguindo uma lógica de telefilme, mas com uma arquitectura formal e uma entrega humana notáveis, «Shattered Glass» é, seguramente, um objecto a procurar e a reflectir. Sufocante na melhor tradição do cinema liberal americano e vertiginoso como um melodrama, conta a história do jornalista norteamericano que inventava, literalmente, artigos mirabolantes para o The New Republic.

Podia ser um vulgar telefilme sobre a inventariação de situações que se sucederam a Stephen Glass no despiste trágico da sua jovem carreira. Mas «Shattered Glass» é muito mais que isso: converte as coordenadas situacionais e biográficas da sua história num exercício sobre a perversidade da inocência. Ou seja, subverte a condenação fácil dos actos legal e moralmente condenáveis do protagonista e coloca-nos nas ambiguidades dramáticas e humanas da sua esfera mais pessoal. Conhecer as informações detalhadas e calendarizadas desta história seria sempre um ponto de partida interessante, mas estaria desamparado pelo factor humano. Ainda bem que Billy Ray se apercebeu que um filme é mais que uma sucessão de acontecimentos. Acima de tudo, é sobre as reacções humanas que se (des)constroem sobre esses fenómenos. Um exercício quase teatral e imperdível.

Class.:

Tiago Pimentel

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