Amesterdão - algures entre a destruição e a utopia
É uma cidade de paradoxos. Disse-me uma holandesa que o seu país é belíssimo e cheio de segredos para descobrir. Tive alguma pena de apenas ter visitado a parte destruída de Amesterdão; o segmento consumido pelas utopias ideológicas nacionais. Aquilo que vi pareceu-me um bocadinho como se aquela cidade fosse uma espécie de experiência laboratorial para radicalismos ideológicos, desde a legalização das drogas leves à própria prostituição e promoção comercial do sexo. Nas ruas é possível ver os turistas passearem. Famílias observam o entulho que se acumula pelas ruas da cidade, os corpos consumidos pela heroína adormecidos no chão, as mulheres que vendem o corpo atrás de vitrinas que as crianças apontam e questionam os seus pais com curiosidade, as vozes que se evaporam como o último fôlego numa inconsequente cigarrilha. Mas é uma cidade demarcada do resto do mundo e, talvez por isso, tão cinéfila. Não no sentido que pensam, mas sobretudo porque promove o pensamento artístico: a criação. Para perceberem melhor o meu pensamento, talvez a introdução do titulo Escape from Amsterdam ajude a clarificar. É um organismo urbano destruído. Mas não é surpresa: talvez porque a legalização arbitrária seja sinónimo também da ausência de ordem, de lógica e de aparência. Sim, talvez o civismo asseado passe por uma camuflagem, por uma proibição. Ou, como em tudo na vida, por um equilíbrio. Cabe a cada um descobri-lo.
Tiago Pimentel
É uma cidade de paradoxos. Disse-me uma holandesa que o seu país é belíssimo e cheio de segredos para descobrir. Tive alguma pena de apenas ter visitado a parte destruída de Amesterdão; o segmento consumido pelas utopias ideológicas nacionais. Aquilo que vi pareceu-me um bocadinho como se aquela cidade fosse uma espécie de experiência laboratorial para radicalismos ideológicos, desde a legalização das drogas leves à própria prostituição e promoção comercial do sexo. Nas ruas é possível ver os turistas passearem. Famílias observam o entulho que se acumula pelas ruas da cidade, os corpos consumidos pela heroína adormecidos no chão, as mulheres que vendem o corpo atrás de vitrinas que as crianças apontam e questionam os seus pais com curiosidade, as vozes que se evaporam como o último fôlego numa inconsequente cigarrilha. Mas é uma cidade demarcada do resto do mundo e, talvez por isso, tão cinéfila. Não no sentido que pensam, mas sobretudo porque promove o pensamento artístico: a criação. Para perceberem melhor o meu pensamento, talvez a introdução do titulo Escape from Amsterdam ajude a clarificar. É um organismo urbano destruído. Mas não é surpresa: talvez porque a legalização arbitrária seja sinónimo também da ausência de ordem, de lógica e de aparência. Sim, talvez o civismo asseado passe por uma camuflagem, por uma proibição. Ou, como em tudo na vida, por um equilíbrio. Cabe a cada um descobri-lo.
Tiago Pimentel
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