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Tiago Pimentel
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quinta-feira, novembro 25, 2004



The Incredibles

Class.:


Quando a Pixar respira, todos olhamos com atenção, até porque a equipa de John Lasseter tem uma criatividade inesgotável e uma paixão que contamina qualquer das suas obras com a sensação de ser sempre a primeira. E este The Incredibles vai um passo além... parece mesmo o primeiro filme de animação que alguma vez vimos, sobretudo de uma dimensão puramente cinematográfica. Tem uma construção fílmica de carne e osso, onde se sente a sensualidade dos traços virtuais numa perversão adulta nada vulgar em carnavais de animação. Não se deixem enganar pelo kitsch dos cartazes com os fatos propositadamente exagerados e caricaturais... não há nada de simplista ou pueril neste filme. A Pixar tem, desde sempre, situado o seu núcleo temático e narrativo nos desequilíbrios melodramáticos (familiares, sobretudo). Talvez Toy Story seja, nesse aspecto, o mais anárquico universo que a Pixar alguma vez criou (e, também, dos mais interessantes). The Incredibles é uma redescoberta constante: redescobrimos a animação como paisagem de outras formas de cinema, desde a sensualidade bondiana às frenéticas sequências de espectáculo de Star Wars, reformatado pelas ordens próprias do cinema de animação. E, ao mesmo tempo, The Incredibles impõe-nos os desequilíbrios do cinema clássico, do melodrama (hélas!): as instabilidades familiares como forma de celebrar a ficção. E é nessa ficção que se revivem as inseguranças do humano e a fortaleza que encontramos na reconstrução de uma família. Parece que estamos a habitar filmes antigos, mas The Incredibles é mesmo feito dessa maneira, como se fosse um filme de animação a viajar ao passado. Tem essa nostalgia sem ser verdadeiramente um pastiche. E é um filme de animação sem o parecer. É uma ilusão... e uma ilusão muito bem conseguida.

Tiago Pimentel

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