É preciso relembrar essa actriz absolutamente decisiva da sua geração. Uma pérola chamada Natalie Portman. Estão aí dois filmes muito recomendáveis para redescobrirmos a actriz: Closer e Garden State. Particular atenção ao primeiro, não só por ser melhor que o segundo, mas por ter valido a Natalie a sua nomeação merecida para o Oscar de Actriz Secundária. A propósito de Closer, desculpem-me os fãs de Clive Owen, mas só eu é que sustento a opinião que ele é, de facto, o elo mais fraco daquela teia de relações cruzadas? Mesmo esquecendo o passado que o define como canastrão, Clive Owen em Closer parece-me apenas competente e, sobretudo, filmado com inteligência com a câmara a cortar nos pontos certos. As fragilidades são tanto mais óbvias à medida que se evidenciam as dificuldades de sustentar o contracampo com uma actriz como Julia Roberts. Em todo o caso, Closer é muito bom e já faltava um filme de relações adulto e sóbrio, sem ceder aos esquemas narrativos e temáticos que esgotam as mais banais comédias românticas. E Garden State pertence também a essa galeria, filho directo de Lost In Translation. É bom sentir a inevitabilidade do casual. Porque a realidade é, também, definida pelo imprevisto e pelo desejo de viver o momento como se fosse uma vida inteira.
Tiago Pimentel
Tiago Pimentel
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home