<$BlogRSDUrl$>

Um site para pensar sobre tudo e chegarmos sempre a um singular pensamento final: sabermos que nada sabemos.
_____________________________

Tiago Pimentel
Críticas dos leitores para: tiago_pimentel@hotmail.com

segunda-feira, maio 16, 2005

Ler o som

Existe uma componente, por vezes decisiva, na forma como sentimos uma música. Muitas vezes é, inclusivamente, uma das possíveis portas de entrada para um som que nos é, de alguma forma, indiferente. As letras de uma canção são, de facto, componentes determinantes da poesia lírica que inspiram e potenciam emoções e pensamentos, bem como representam uma expressão da arte enquanto forma de comunicarmos. É desse casamento (umas vezes mais orgânico que outras) entre o poema e a estrutura musical específica que nasce um objecto único, com uma «anatomia» humana e artística.

É nesse corpo que nos revemos, é na voz do vocalista que encontramos os ecos de lugares e emoções que já visitámos, é nas letras que redescobrimos os reflexos de pensamentos e emoções que em nós se inscrevem, desconstruídos por outras sensibilidades, refeitos por outras poesias, renascidos noutros corpos. Nem sempre temos de compreender as letras que o poeta nos canta. No limite, seremos sempre parte da nossa mais estimulante limitação. A saber: percebermos que a riqueza poética de um objecto artístico, no geral, ou de uma canção em particular, não se esgota na nossa leitura (ou, colocando a questão de outra forma: na nossa ideia de «lógica»). De facto, ela poderá mesmo viver para lá da nossa compreensão sem que, por isso, percamos a vontade de a (re)descobrir. É nessa impossibilidade que revemos as nossas próprias interrogações: querermos saber sempre mais.

E esta música é um excelente exemplo de uma letra enigmática que desafia o nosso olhar lógico e a nossa sensibilidade. Um telefonema do inferno ou uma escadaria de pensamentos contraditórios, específicos à nossa existência? Ou ambos? Creio que, antes de descobrirmos as respostas, deveríamos procurar as perguntas. As respostas definitivas esgotam, possivelmente, a ambiguidade a que a poesia nos permite. Não é a poesia, também, a descoberta fascinante de sabermos que nada sabemos?

Oh, baby child
It's no secret that the stars are falling from the sky
It's no secret that our world is in darkness tonight
They say the sun is sometimes eclipsed by a moon
You know I don't see you when she walks in the room
It's no secret that a friend is someone who lets you help
It's no secret that a liar won't believe anyone else
They say a secret is something you tell one other person
So I'm telling you, child

Love, we shine like a burning star
We're falling from the sky tonight
A man will beg
A man will crawl
On the sheer face of love
Like a fly on a wall
It's no secret at all

It's no secret that a conscience can sometimes be a pest
It's no secret ambition bites the nails of success
Every artist is a cannibal, every poet is a thief
All kill their inspiration and sing about their grief
Oh love

Love, we shine like a burning star
We're falling from the sky tonight
A man will rise
A man will fall
From the sheer face of love
Like a fly from a wall
It's no secret at all

Achtung baby

Love, we shine like a burning star
We’re falling from the sky tonight
Love, we shine like a burning star
We’re falling from the sky tonight
A man will rise
A man will fall
From the sheer face of love
Like a fly from a wall
It's no secret at all

It's no secret that the stars are falling from the sky
The universe exploded 'cause of one man's lie
Look, I gotta go, yeah I'm running outta change
There's a lot of things, if I could I'd rearrange


«The Fly», U2

Tiago Pimentel

0 Comments:

Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?