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Um site para pensar sobre tudo e chegarmos sempre a um singular pensamento final: sabermos que nada sabemos.
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Tiago Pimentel
Críticas dos leitores para: tiago_pimentel@hotmail.com

terça-feira, setembro 19, 2006

Introdução à reciprocidade

De facto, num espaço em que se pretende pensar sobre cinema, arte e todos os lugares que os envolvem, promover o diálogo é, mais do que uma funcionalidade: uma necessidade. Claro que, num espaço como a Internet, a escrita regressou a um grau zero de todas as linguagens: por um lado devolveu às pessoas a possibilidade de serem lidas, por outro, banalizou a necessidade de se escrever. Nesse sentido, sempre fui cauteloso na(s) forma(s) de diálogo que escolhi para este espaço, concretamente o uso de um e-mail. Mas, dadas as ferramentas de moderação que a blogspot disponibilizou, creio que já não há desculpa para este espaço continuar sem a opção de "comentários". Sendo assim, o pensamento está aberto a toda a gente que tenha, de facto, algo a dizer. Por uma questão puramente identitária (somos, seguramente, mais do que um endereço virtual ou um nickname inventado para a nossa vida informática), pedia apenas que os comentários viessem devidamente assinados.

Cumprimentos,

Tiago Pimentel

6 Comments:

Blogger Miguel Galrinho said...

Boa iniciativa!

7:32 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Tiago,

Tem qualquer coisa de quixotesco o teu voto de pensar o cinema e, mais do que isso, o convite a uma reciprocidade que seja leal, mesmo quando ancorada na contundência das ideias, nas suas inevitáveis diferenças e contradições. Porquê quixotesco? Porque, sejamos realistas, todos nós gostamos de usar este espaço fascinante que é a Internet — em particular na informação/reflexão sobre os filmes e o cinema —, mas continua a existir um número imenso de pessoas marcadas pelo infantilismo bloguista: dispensam as ideias e favorecem o maniqueísmo panfletário, ingoram a verdade humana dos outros e preferem reduzi-los a meros alvos de exercícios mais ou menos insultuosos.

(Vale a pena, a propósito, relembrar um assunto sobre o qual, aliás, já conversámos várias vezes em particular: a irresponsabilidade intrínseca dos insultos que se fazem por causa do cinema, supostamente "em nome" dos filmes. Assim, creio que não exagero se disser que 99,9 por cento desse tipo de atitude decorre apenas do facto de aquele que insulta não partilhar com o insultado um mesmo juízo de valor sobre um determinado filme — "se não pensas como eu, mereces ser insultado...").

O meu cepticismo não é, espero, paralisante. Ou seja, não creio que valha a pena desistir por causa desse tipo de atitudes que, em última instância, nem sequer são maioritárias (mesmo se é verdade que o seu ruído incomoda cada vez mais). O que vale a pena é continuar a abrir espaços para que a complexidade do cinema contemporâneo possa ter alguma visibilidade e eco — ou melhor, ecos, porque é a pluralidade que é estimulante. Se me permites, direi que apenas a crença em tal pluralidade justifica que persistamos num empreendimento como o Cinema 2000.

Na pior das hipóteses escreverás um texto entusiástico sobre um filme americano e algum viajante irresponsável da Internet virá acusar-te de apenas gostares de filmes americanos... Ou então, mostrarás reticências em relação a um outro filme americano, e alguém descobrirá que detestas Hollywood... Sobre cinema europeu, idem, aspas... Sobre cinema asiático... é melhor não falar disso...

Os exemplos são caricatos, "ma non troppo". A democracia implica também lidar com tais disparates. Mas defender a inteligência — a nossa e a dos que discordam de nós — é sempre uma boa causa. E o cinema merece.

João Lopes

10:03 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

O Tiago e o João Lopes são claramente dois dos melhores críticos cinéfilos da nossa praça. Personalidades íntegras que percepcionam de forma competente que o papel de um crítico não é gerar réplicas.

Parabéns pelo seu espaço (obrigatório) na blogosfera.

5:34 da manhã  
Blogger RPM said...

Boa noite....

Acedi a este espeaço através do Pasmos Filtrados do amigo Francisco.

Relativamente ao assunto que retrata, o blogue surgiu para permitir o cidadão mais literado em opinar sobre temas do mais variado assunto e que estava arredado dessa opinião porque o que manda é o GRUPO de REFRÊNCIA....

Por isso o blogue pode ser aberto ou fechado ou, no seu caso, semi-aberto....ao público.

No entanto, uma coisa que já reparei nestes cento e tal dias que faço o meu blogue, isto é como um 'peixe-de-rabo-na-boca' porque tudo gira à volta dos blogues visitados. Isto é, eu visito este e como deixo um 'llink' posso ser visitado por visitantes deste e etc, etc, etc..

Se acha correcto a opinião de terceiros, active os comentários e não 'filtre'....há mais liberdade!

abraço

RPM

4:28 da tarde  
Blogger Tiago Pimentel said...

Caro RPM

Antes do mais, obrigado pelo seu comentário e permita-me que lhe responda sem qualquer ironia. Mais do que correcto, eu acho necessário a este espaço, a inclusão definitiva dos pensamentos dos visitantes. Não é, de todo, uma necessidade universal, até porque conhecemos variados e digníssimos exemplos de espaços na blogosfera sem opção de comentários. Sabemos que a Internet é o espaço mais liberal (por vezes libertário) do mundo e toda a gente pode, de facto, criar um blog facilmente e escrever aquilo que bem lhe apetecer. Cada um gere o seu espaço como entender, mas assim como o mundo precisa de leis, eu procuro que o meu blog tenha um conjunto de regras que favoreçam, de alguma forma, a dialéctica útil e relevante. Relevante em relação a quê? À lógica deste espaço, claro! A qualidade e sobriedade dos espaços, traduz-se na qualidade e sobriedade das coisas que nele se escrevem. Para o melhor e para o pior, eu era o único responsável pela redacção deste blog e, a partir de agora, abri este espaço aos pensamentos de toda a gente que sinta que tem algo a dizer. E isto é muito importante! Não tem interesse rigorosamente nenhum, abrir o espaço a comentários e correr o risco de receber textos sem consistência, sem utilidade e, no limite, sem enquadramento na lógica deste espaço. Será que activar os comentários sem filtragem implica, necessariamente, mais liberdade? Creio que não. Mais anarquia, talvez. Até porque a liberdade, enquanto conceito puramente democrático, implica responsabilidades importantes: pelo que fazemos, pelo que dizemos, etc. E eu estou preparado para aceitar as minhas.

Os melhores cumprimentos e volte sempre,

Tiago Pimentel

6:56 da manhã  
Blogger MPB said...

Sou visitante deste Blog há já muito tempo e realmente agora com a "opção" de comentário penso que o espaço sairá a ganhar. E como tenho um blog compreendo os "receios" ou o pé atrás em relação a toda esta exposição, mas penso que todo este mundo de visões/reflexões/opiniões se resume a dois simples aspectos, parte de nós perceber que a nossa liberdade termina quando interfere com a do outro (fui aprendendo isso com o tempo,penso) e depois claro o maior problema, um problema de interpretação, lê-mos apenas, não vemos intenções e por vezes muitos dos julgamentos são errados e isso é o que mais me irrita.

Cumprimentos e boa sorte com esta nova "etapa"

5:17 da tarde  

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